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O Colégio de Nossa Senhora do Alto situa-se na falda nascente do outeiro mais alto da cidade de Faro, a Atalaia ou Monte de Santo António do Alto.

Logo colegio alto.pngEste Estabelecimento desenvolveu a sua acção cultural, pedagógica e de apostolado católico na Quinta do Alto e Palácio nela construído que outrora fora propriedade rústica e urbana de João António Júdice Fialho e de seus descendentes. Frondosa mata e campo de hortejo envolvem um jardim à francesa, no centro do qual se ergue o Palácio. Não se avista a cidade de Faro, intenção do proprietário que dela o esconde, por não lhe ter sido facilitada a construção da sua residência no tecido urbano da cidade, com a utilização dos seus próprios terrenos e a permuta de outros. Todavia, visto de Olhão, é deslumbrante o panorama.

João António Júdice Fialho, proprietário, comerciante e industrial detentor de fortuna considerável, decide a construção do imóvel palaciano, na primeira metade do século XX.

Efectuada a compra em 1911, vê arrancar as obras em 1914 que durarão até 1925. A 2 de Maio desse ano, com todos os seus familiares, criados, guardas, electricistas e trabalhadores rurais, faz dessa sumptuosa residência a sua morada fixa.

A arquitectura do palácio filia-se nas características do estilo “Rocaille”: inspira-se, essencialmente, nos solares palacianos de França, reunindo elementos da Arte Italiana.

Adquire o foro de construção singular em todo o Algarve, proclamando louvores ao arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior, ao proprietário e à cidade de Faro.

Em Dezembro de 1954, liberto do recheio mobiliário, das decorações e das obras de arte, como a estatuária que povoava os jardins, é adquirido pela Diocese do Algarve, na pessoa do Prelado D. Francisco Fernandes Rendeiro, O.P. Instala-se, então, no edifício, o Colégio de Nossa Senhora do Alto, que ali funciona há cerca de cinquenta anos: e, assim, a vida palaciana dá lugar às vivências escolares.

O Colégio de Nossa Senhora do Alto tem a sua origem no Colégio de Santa Catarina, em Monchique. É nesta Sintra Algarvia que, no dia 11 de Fevereiro de 1931, nasce o Colégio de Santa Catarina, cujo funcionamento é assegurado, desde o primeiro instante, pela Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição. Desde a origem, foi sempre preocupação do Colégio, a par do ensino, educar e formar cidadãos conscientes, com princípios e valores.

O Colégio continuou a sua missão em Monchique até ao ano de 1954. Considerados os imperativos da sociedade da época, sente-se a necessidade de melhorar as condições logísticas, para uma resposta didáctica mais adequada aos programas, que subiam de exigência. O próprio espaço, pela sua antiguidade física, requeria mudanças.

No dia 26 de Julho de 1954, D. Francisco Rendeiro, OP, Bispo Coadjutor do Algarve, comunica à Superiora Geral de então, o projecto de transferir o Colégio para Faro. A ideia é recebida com bastante agrado, uma vez que a mudança só trazia grandes vantagens, e veio a concretizar-se no período das férias de Natal de 1954.

Assim, no dia 9 de Janeiro de 1955, sob a protecção de Nossa Senhora, reabrem as aulas no magnífico Colégio de Nossa Senhora do Alto, devidamente preparado e adaptado para receber as alunas. Neste complexo palaciano, decorado com lagos, fontes e jardins iria desenrolar-se a nova acção educativa das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

Habitava, nesta altura, o Colégio, um conjunto de 130 pensionistas internas e semi-internas, sendo algumas de famílias modestas. O corpo docente é praticamente constituído pelas Irmãs, com a colaboração de alguns professores leigos da cidade. É Director Pedagógico do Colégio o Cónego Dr. Henrique Ferreira da Silva, e a Comunidade Religiosa é composta por dez Irmãs.

O ambiente familiar, a educação esmerada e os óptimos resultados no Liceu, levam longe a fama deste Estabelecimento de Ensino, onde se lecciona, desde a então chamada Escola Primária, até ao 5º ano, actual 9º ano. As educandas acorrem não só do Algarve, como também do Alto e do Baixo Alentejo e até mesmo da região de Lisboa. É a classe média-alta que frequenta este Colégio e a admissão das alunas é rodeada de bastante exigência.

Com o elevado nível dos resultados, crescia, visivelmente, o número de alunas: em 1961, frequentavam o Colégio 180 alunas.

Com o passar do tempo, as exigências escolares foram aumentando. O Ministério da Educação Nacional ia fazendo pesar as exigências da ciência e da cultura. Sentia-se a necessidade de aumentar o espaço existente, sem alterar a beleza de tão nobre local. A solução encontrada foi erguer um novo Pavilhão de aulas, com todos os requisitos exigidos pela lei.

A 31 de Julho de 1961, o Cardeal Patriarca, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, benzia e colocava a pedra fundamental do pavilhão e do ginásio. A construção do edifício demorou cerca de 5 anos. A inauguração da obra completa realizou-se no dia 8 de Janeiro de 1966.

Ficava assim reservado o Palácio para residência do Internato e para uma ou outra actividade.

Os anos seguintes decorrem num bom ritmo de desenvolvimento cultural e evangélico e são acompanhados com muito carinho e atenção pelos Prelados da Diocese que também eles se vão sucedendo. E a frequência crescia: em 1974, contava-se com cerca de 357 alunos.

Entretanto, a instabilidade política, gerada pela revolução de Abril desse ano, veio interferir no ambiente, nos ideais, nos programas e na pedagogia educativa, provocando alterações de vária ordem, a nível nacional. O Colégio aceitou a mudança, no que de positivo trazia à educação, à sociedade e aos novos tempos. Admitiu rapazes a outros níveis, que não apenas no pré-escolar e adaptou-se às leis do Ministério.

Começaram a aceitar-se também alunos externos, que há muito procuravam vaga nesta casa. Predominava, então, a classe média. E o Colégio nunca mais iria ver aliviada a sua lotação e as listas de espera avolumavam-se. Cresce o nome do Colégio. Os Encarregados de Educação vêem no mesmo um espaço de segurança e bem-estar para os educandos.

Acompanhando o progresso, seleccionando prioridades, o Colégio responde com serenidade e determinação aos reptos das sucessivas reformas. Mas não deixa, nunca, de avivar as tradições e os bons costumes, quase exclusivos desta Comunidade Educativa.

A qualidade do espaço que esta Instituição oferece, a diversidade das actividades e das festas que a caracterizam, as actividades extracurriculares que desenvolve, enfim, o ambiente acolhedor e de educação que cultiva, tornam-se motivadores para quantos a procuram para lhe confiar a educação dos filhos.

O mundo escolar não se limitou apenas nos muros desta Quinta. Expandiu-se entre concorrentes e conquistou títulos e troféus a nível regional, nacional e internacional.

No final do ano lectivo de 2007, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição cessaram as suas actividades pedagógicas no Colégio de Nossa Senhora do Alto. A pedido do Sr. Bispo da Diocese, D. Manuel Neto Quintas, as Irmãs Salesianas aceitaram animar no Colégio uma comunidade educativo-pastoral. E, assim, as Filhas de Maria Auxiliadora assumiram a continuidade da histórica actividade pedagógica das Irmãs Franciscanas.

O carisma das Irmãs Salesianas é essencialmente educativo. Herdeiras do Método Preventivo de São João Bosco e de Santa Maria Domingas Mazzarello, tentam transpor para esta realidade sócio-cultural a sua pedagogia. a sua pedagogia, onde se relevam, entre outros cuidados, os que a seguir se enumeram:

1. Uma educação baseada na trilogia: razão, religião, afecto(Amorevolezza).

2. A presença dos educadores no meio dos jovens.

3. O ambiente de família entre alunos, professores, auxiliares de educação e pais.

4. O diálogo sereno e progressivo.

5. A abertura à iniciativa de todos os membros da comunidade educativo-pastoral.

6. O desenvolvimento humano harmonizado com o crescimento cristão, de modo a conseguir «educar evangelizando e evangelizar educando».

7. A experiência do associativismo entre os alunos e antigos alunos.

8. A pedagogia da Festa.

Em recepções a autoridades civis e religiosas, o Colégio sempre se afirmou como uma Instituição prestigiada. Ainda no corrente ano (2010), a cidade de Faro, foi escolhida para sede das comemorações do dia 10 de Junho “Dia de Portugal e das Comunidades”, tendo sido escolhido o Palácio do Colégio de Nossa Senhora do Alto para a sessão de cumprimentos do Corpo Diplomático, a Sua Excelência, o Presidente da República, Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva.


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